Recado
(dedicated to my closest [but not near] friend, Tom)
... É que ele não sabia de nada da vida. Por isso o garoto, aquele garoto que sempre pensou que sabia o queria mas não sabia como fazer pra conseguir saía dando conselhos e torneirando a liberdade e a relação entre os mundos dispersos pela sua boca feita de mar.Era tudo por causa do seu orgulho e egoísmo, fermentados pela sua beleza e talento.No fim das contas, o que ele fazia entender que queria jamais era o que ele secretamente pedia e conseguia. Porque ele acredita mesmo (hoje ele sabe) é no amor. No amor que é tranquilo, no amor que não se pede, naquele em que tudo vem soprado pelo vento e que te dá sensações múltiplas. Naquele amor que a gente pode não querer mostrá-lo hoje, e noutros dias a gente o faz explodir no prazer, na explicitude, no sexo, num andar de mãos dadas... Porque todo dia somos inigualáveis.
And so is the love.
E você, menino, deixa aquele garoto de asas nos pés e esponja na cabeça tão à vontade para ser ele mesmo que hoje ele sabe: ele te ama de verdade. Por isso ele sonha com encontros tranquilos numa tarde quente de onde quer que seja para tomar um sorvete e falar das aves que voam no céu azul, delira com os tempos de crise em que a separação física facilita e dificulta, e fantasia-se com dois velhos sentados em suas cadeiras de balanço, defronte a uma praça, vendo outros meninos e garotos tomarem sorvete e falarem das aves no céu que, até em dias nublados, nos dá certeza de estar e ser azul por baixo, ou por cima, de tudo.
A única coisa que o garoto espera, mesmo que com o medo do "DeVir", é que ele também seja o mesmo para o menino, aquele que desperta o que há de mais sublime no garoto: o vero amor.
As palavras poderiam ser ditas assim: "sem palavras". Mas isso não existe, porque elas estão aqui, mas estão tão desorganizadas diante do que queriam expressar, que não conseguem de forma alguma encontrar-se para juntas servirem para aquilo que foram feitas. Entretanto, é nessa confusão que elas conseguem transmitir...
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