Hoje, por hoje.

Hoje eu percebi que talvez não sirva pra professor. Por vários fatores. Mas dois são cruciais:
1) Eu não sei ser máquina de repassar conteúdo, eu sou de carne, osso e músculo pulsante cordial... eu ponho meu coração em tudo que faço (acho que dá pra sentir isso, não dá?) Talvez os bons professores sejam aqueles que se importam com os números escritos em azul na caderneta e deixem que se lasquem os coitados vermelhos... Não sei ser assim. Quero ser um amigo que ajuda a aprender português, literatura, artes, dança... que ajuda a aprender a andar na vida com incertezas, mas com a certeza de que na vida há sempre outras escolhas além da que você escolheu... E infelizmente o mundo capitalista, injusto, cruel em que vivo massacra, derrota, esmaga pessoas como eu, apaixonadas.
2) Por mais que meu trabalho seja um processo, em que os verdadeiros frutos dele só veja mais tarde, queria sentir pelo menos um lampejo, uma fagulha do tamanho de nanoelétrons por parte dos meus alunos ditos "problemáticos" de que o que eu emito em minhas aulas (que é parte do que sou) conseguiu tocá-los e modificá-los, tornando esses "problemáticos" um nanoelétron menos problemáticos. Queria respostas imediatas, mesmo que microscópicas... Porque é isso que alimenta minha esperança de ver um mundo parecido comigo no futuro. E quando falo comigo é assim: um mundo com direcionamentos, mas completamente aberto a todas as oportunidades possíveis, sem violências ou grandes pressões, tranquilo, consciente do seu papel e conhecedor de si mesmo.

Queria que meus alunos vissem, sentissem isso.
Talvez depois, bem depois desse escrito, desse blog e até de eu ter virado cinza e ser guardado no espaço sideral, eles se lembrem do que falei, do que escrevi, do que eu era, de quem eu fui... Será tarde demais pra mim... Tarde demais pra eles também? Vai saber...

(Dedico essas palavras a algumas pessoas: aos meus professores [em especial à Mônica Cavalcante, Gonçalves Silva, Hebe Macedo e Leão Alencar Jr., meus inspiradores] e a dois alunos-amigos que me dão a resposta que queria ouvir da maioria: Rebecca Ribeiro e Ricardo Severo).

p.s.: Jamais vou deixar de ser professor! Talvez não sirva como um, mas sou apaixonado por isso, entende? É meu jeito solitário de salvar as pessoas.

Comentários

  1. annnnnnnnnnn'!!No Coments'
    Minto Yes Coment's!!
    Aí ja mudou alguma coisa em mim,algumas aulas(que traziam consigo alguns sermões) foram digamos o "travesseiro",pra que eu descansasse um pouco a cabeça pra por as ideias em ordem e fazeer um textõõ ou algo em que eu pudesse expressar oq eu euu tava sentindo.E me responde uma coisa quem poderia ser meu "revisador",ou melhor digo "REVISOR"ortográfico heiin?'
    Brigadãão por tudõõ ;]'

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  2. De nada Gabe!
    Só estou fazendo o que nasci pra fazer...
    É bom ter alunos como vc que não fazem minhas palavras serem apenas sons que batem naquela parede laranja atrás d vcs...

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