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Eternizante

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Ah! Hoje, como em vários outros dias, me peguei com vontade de escrever, mas receoso... Receoso, pra não dizer com medo. Porque as coisas que se escrevem são eternizadas, nem que seja só para aquela pessoa que escreveu. E o meu maior medo é que tudo seja o mesmo. Que eu, depois de milênios, leia essas palavra e ainda as acredite. Porém, quem não enfrenta seus medos, é indigno de ser eternizado. Escrevo, então. Tenho dito. E ainda acredito.

Escolher

Aos dezoito anos comecei a namorar um namoro que duraria até os meus 23. História de conto de fadas. Ela se apaixonou pelo cara que viu no palco e o cara era real. Era eu. No começo, a família até achava exagerado o que eu fazia e o tanto que eu mudava por esse amor... Estava sendo a relação e e não eu. Anos depois, incompatibilidades (principalmente de dias e horários) eram maiores que as empatias. Tudo terminou bem. Chorei sozinho um dia inteiro deitado numa rede, em cima da minha cama, no meu quarto. Duas semanas depois, na semana de completar meus 24 anos, apareceu outra pessoa. Nos encontramos numa boate. Quem diria que esse romance duraria, até porque a primeira frase de ambos, no segundo encontro foi "não quero nada sério"... mas me lembro como se fosse hoje, alguns dias depois do tal encontro: eu sentado no banco de um terminal de ônibus, tentando segurar as lágrimas ao dizer "Não sei o que eu faço... Eu estou apaixonado e sei que você também está! Vamos namorar

Pode ser

Pode ser que depois de algumas décadas alguém que não te enxergava como ser vivente passe a ver e te valorize. Pode ser que por mais que esteja tudo bem com você e com as pessoas de sua casa, você não vá se sentir bem lá. Pode ser que por mais que você seja um egoísta filho da puta (porque aqui o palavrão cabe!), um dia você faça o maior ato de altruísmo que alguém pode fazer. Pode ser que aquela super decisão que você tomou sem saber por quê e nem se ia dar certo seja hoje sua maior fonte de felicidade. Pode ser que depois de alguns anos alguém perceba que você não fez nada de mal com ela e por isso podem voltar a se falar. Pode ser que você seja feliz com a palavra "solteiro" em seu status, sem mágoas, sem melancolias, sem depressões... Pode ser que por mais que você tenha a convicção de que o seu amor é um amor sozinho você tenha a certeza de que sabe amar. Porque você sabe que sabe amar. Mas será que pode?

Krisis

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A angústia todos os dias bate a minha porta. E a porta de mim se abre sem querer, porque não há mais aquela fechadura que um dia era tão firme. Se rompeu e me deixou vulnerável à angústia, à letargia, ao cansaço de nada fazer. É como se uma fome de algo inominável se materializasse no meu estômago e perpassasse por todo meu corpo; prolifera-se e volta ao seu lugar de origem ainda mais forte, para contaminar o contaminado com mais uma dose. Estou cheio de "será's" que não se efetivam. Não consigo mais estar feliz... Frustração? Maturescência? Covardia? Velhice? Depressão? ... CRISE!

Essas palavras são para um vento mudo...

Cruel existência essa minha. Porque estou tão feliz... Ah! Deus, como estou feliz. Feliz por perceber que meu jeito de ser não é único, não é louco, pra esse mundo que parece tão degringolado, mas não é. Feliz por perceber que minhas ideias não são apenas ideias, elas podem ser postas em prática, sem danos ao passado próximo. Feliz por ter encontrado a peça que procurava para se fazerem concretas minhas ideias sobre sentimentos, sobre o amor (mas longe de mim está a procura da definição, da redenção e da cura para o amor...). Feliz, não por descobrir que eu estava certo a respeito do que sinto e do que me inquietava permanentemente, mas por mostrar que sentir assim É POSSÍVEL. Feliz. Feliz. Feliz. Por que é cruel minha existência? Porque minha felicidade é condenável. Aos olhos ortodoxos do amor cartesiano. Às vistas sensatas de um mundo dualístico como o nosso. Trocando em miúdos, eles (ou vocês) não entenderiam essa minha felicidade. Teria outros nomes, que nem posso dizê-los aq

O velho e o moço.

Talvez seja mais uma das loucuras da minha cabeça sã de gente louca (ou vice-versa), mas no reveillon prefiro não ter planos para um novo ano que se inicia... Creio que muita gente, na hora da virada fica pensando "ai, nesse ano vou ser mais magro, ou ser mais rico, ou ser mais romântico... ou ter mais isso ou menos aquilo... eu vou, eu vou, eu vou.." Pra mim não funciona assim. No exato momento da queima, quando meus ouvidos são invadidos por explosões, estampidos, quando meus olhos se enchem de cores saltitantes que invadem a imensidão escura do céu, quando as luzes dos fogos de artifício iluminam todo meu corpo e me fazem fluorescente, multicolorido, eu penso: "Nossa! Venci mais esse ano que passou!" E aí, um turbilhão de fatos, coisas, ações, momentos, pessoas, vêm à minha mente. Aí, por causa dessas coisas de um passado, não de um futuro, não de um "eu vou", eu começo a chorar. Um choro feliz, um choro de glória, de vitória, um choro que limpa a alma